terça-feira, 20 de agosto de 2024

Começa soltura de mosquitos que impedem a transmissão da dengue em Joinville

Os primeiros Wolbitos, Aedes Aegypti com a bactéria Wolbachia, já estão circulando em cinco bairros de Joinville. As solturas começaram na manhã desta terça-feira (20) e ocorreram no Espinheiros, Boa Vista, Comasa, Bom Retiro e Costa e Silva. Ao todo, durante o dia, será feita a soltura em 3,5 mil pontos destes bairros.



O trabalho iniciou antes das 7h, com a equipe que trabalha na Biofábrica do Método Wolbachia carregando os veículos identificados da Secretaria da Saúde da Prefeitura de Joinville com os tubos que abrigam os mosquitos. Toda a preparação é acompanhada pela equipe de pesquisadores do World Mosquito Program (WMP).


Cada veículo é carregado com a quantidade de tubos equivalente aos pontos de soltura. Dentro do carro, dois agentes de combate à endemias realizam o trabalho. Um aplicativo indica os pontos onde as solturas devem ser realizadas. Quando o carro passa pelo local e o tubo é aberto, são soltos entre 200 e 250 mosquitos. Imediatamente, é indicado no aplicativo que aquele ponto foi contemplado. O veículo circula a uma velocidade de até 20 km/h.

No bairro Espinheiros, a rota atendida nesta manhã tem 22 quilômetros e passa por diversas ruas, inclusive a região do Parque Porta do Mar, totalizando 296 pontos de soltura. De acordo com a programação do World Mosquito Program (WMP), a soltura dos Wolbitos ocorre de segunda a sexta-feira. Em caso de chuva ou vento forte, o trabalho é adiado até que a condição climática esteja favorável.


“Serão 20 semanas de liberação em 70 rotas de Joinville. A princípio, vamos liberar cerca de 3,6 milhões de mosquitos toda semana. É importante a população saber que os carros com a placa da Prefeitura estarão passando, com os nossos colaboradores soltando esses tubos. Isso vai durar, provavelmente, até janeiro de 2025”, explica o líder de relações Institucionais e Governamentais WMP Brasil, Diogo Chalegre.

Diogo informa que, a partir do primeiro mês de soltura, inicia-se a fase de monitoramento. “A Prefeitura de Joinville vai coletar os ovos no campo e esses ovos serão enviados para um laboratório onde é feita a identificação dos mosquitos e encaminhados para Belo Horizonte. Lá, a gente faz teste diagnóstico para avaliar se a Wolbachia está ou não se estabelecendo no campo”, detalha.


O Método Wolbachia é mais uma estratégia no combate à doenças como dengue, zika e chikungunya. “Ele é um método complementar e de médio a longo prazo. Então a gente espera que de um a dois anos a gente consiga ver o impacto na transmissão dessas doenças”, afirma.


Entre 50 e 60% dos insetos já possuem a bactéria Wolbachia, que está presente na natureza. Como o Aedes Aegypti não tinha, os pesquisadores inseriram a Wolbachia dentro desse mosquito e perceberam que ela impede a replicação dos vírus, como por exemplo, o da dengue.


“A Wolbachia é totalmente natural, não tem nenhum perigo para a população. É segura e não tem nenhuma modificação genética. Então a população não precisa se preocupar, mas precisa continuar fazendo a sua parte. Tem que cuidar do quintal e manter as medidas de prevenção”, ressalta Diogo Chalegre.


A equipe técnica da Secretaria da Saúde de Joinville acompanhou a soltura dos primeiros Wolbitos. O gerente de Gestão Estratégica e Articulação da Rede em Saúde de Joinville, Anderson da Silva, reforça que o trabalho de prevenção e orientação continuará sendo feito pela Prefeitura.


“Em hipótese alguma a gente pode baixar a guarda com relação ao mosquito. A Prefeitura de Joinville vai continuar com todas as linhas de trabalho, vamos continuar orientando a população, fazendo o trabalho de educação nas escolas. E a gente pede para a população ter essa atenção também e fazer os ‘10 minutos contra a dengue’ toda semana na sua casa para eliminar todos os l…

[12:26, 20/08/2024] Tiago Boeng Prefeitura Joinville: ⚠️ ATENÇÃO! Os mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia não são modificados geneticamente. Também não se deve utilizar a expressão Aedes do Bem (ou mosquitos do bem), pois se trata da marca registrada de outra técnica, diferente do Método Wolbachia

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